domingo, 13 de maio de 2012

Ana Amália Tavares Barbosa: Um exemplo de vida e perseverança!

Fonte das imagens: Fotógrafo Christian Tragni/Folhapress
por Simoni Aquino

Parabéns, Doutora! 
Pela conquista e pelo exemplo que nos deixa!
Não gostaria de encerrar esta excelente semana sem abordar um fato que me deixou extremamente emocionada e me fez refletir sobre o quanto somos limitados, mesmo sendo “aparentemente” perfeitos. Senti-me tão pequenina diante da grandeza da força de vontade de uma mulher chamada Ana Amália Tavares Barbosa.
Ana Amália tem 46 anos de idade e há 10 anos atrás, exatamente no dia que defenderia sua dissertação de mestrado, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) no tronco cerebral, que a deixou com a síndrome do encarceramento - "locked in", ficou tetraplégica, além de tornar-se muda, deficiente visual e disfágica, ou seja, impossibilitada de mastigar e engolir, onde usa um cateter ligado ao estômago.
Diante de todas as limitações físicas e motoras, mas aproveitando que sua capacidade lógica, memória e de raciocínio se mantiveram intactas, ela venceu todas as barreiras e defendeu no dia 9 de maio de 2012 sua tese de doutorado na USP - Universidade de São Paulo, que foi desenvolvida utilizando apenas os poucos movimentos motores que lhe restaram: o abrir e fechar da boca e o piscar dos olhos.
Ana Amália escreveu sua tese ao longo de 3 anos utilizando um programa de computador desenvolvido especialmente para ela, onde o alfabeto completo aparece na tela onde as letras surgem destacadas a cada segundo, ela abre a boca para que seu queixo toque um sensor para escolher cada letra destacada e assim, formar as palavras.
Realizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, ela levou 3 horas para defender sua tese, intitulada " Além do corpo: uma experiência em arte/educação", que é fruto de três anos de trabalho com artes visuais, realizado com um grupo de seis crianças com lesões cerebrais atendidas na Associação Nosso Sonho, na qual ela é professora (mais um exemplo de SUPERAÇÃO).
Recebeu o título de Doutora com “distinção e louvor”  e ao final da defesa de sua tese, a já doutora Ana Amália disse só uma palavra com os olhos: "Consegui".
Esse fato nos mostra o quanto somos limitados, o quanto somos fracos diante das adversidades que a vida nos impõe!
Podemos tirar tantas lições desta mulher, ela nos ensina que, mesmo diante de tantas adversidades, temos de nos manter íntegros e motivados para vencemos as barreiras existentes. Ela nos mostra o quanto somos capazes de ir além, até mesmo quando tudo e todos ao nosso redor parece ir contra nós. Ela nos mostra o quanto somos capazes de buscar o melhor para nossas vidas, desde que tenhamos força de vontade para superar as adversidades. 
Três gerações: Ana Amális, sua mãe e sua filha
 Ela é mãe! E uma mãe presente que educa sua filha de 11 anos...que a respeita, pois conhece pelo olhar da mãe quando está tomando uma bronca! Sua filha tinha apenas um ano e oito meses quando sofreu o AVC, mas aos poucos, ela aprendeu a interpretar seus olhares.
Vemos mães “normais” que não conseguem sequer educar seus filhos!

Quero deixar registrada minha admiração e que seu exemplo marcou profundamente minha vida e me fez repensar situações e valores, pois ao conhecer a história de vida de Ana Amália, a primeira lição que tirei foi a de não reclamar das coisas, das situações ou da vida! Pois como disse a mãe de Ana Amália: "Essa conquista significa ela ter deixado de ser vítima para conduzir a própria vida"!

Ao conhecer essa história, pensei na minha vida...refleti sobre meus valores e escolhas! E nos valores e escolhas da humanidade! Para onde vamos e para onde queremos ir e chegar à alguns anos?

Estamos acostumados à ver a notoriedade de BBB´s e de saber que Pedro Bial os chama de "heróis"... O que falar dessa mulher, professora, mestre e doutora? Essa não seria uma heroína genuína?
Como o ser humano tem se alimentado de futilidades e inutilidades! Tem deixado de ser, para exclusivamente "ter"!
No mercado de trabalho vemos tantos descontentamento... Será que não passou da hora de pararmos de reclamar de tudo e de agradecer a vida e capacidade que temos? Momento de refletir se não gastamos tanto nosso tempo e recursos financeiros com futilidades ao invés de investirmos em nós mesmos? Refletir se não gastamos tanta energia vital em reclamar ao invés de agirmos?
Quantas pessoas vemos reclamando da vida, do mercado de trabalho, das exigências das empresas, dos profissionais de RH, dos governos, dos salários e até mesmo da economia. E não nos damos conta o quanto poderíamos fazer de útil por nós mesmos, simplesmente por que somos capazes de nos movimentar, caminhar, correr, nos alimentar de alimento e de conhecimento.
O movimento de mudança é de nossa responsabilidade, basta querer. Ter vergonha de reclamar já seria um bom começo...partir para ação, também! Parar de dar desculpas esfarrapadas e delegar as responsabilidades que são nossas aos outros!
Achei muito interessante encerrar este artigo com a frase de Regina Stela Barcelos Machado, que foi orientadora de Ana Amália durante o desenvolvimento da tese e numa entrevista ao analisar a agora Doutora Ana Amália resumiu de forma muito pertinente: "A gente dá muita desculpa para o que não faz, vive muito na superficialidade e não vê as coisas importantes da vida."
 PORTANTO, QUANDO PENSAR EM RECLAMAR DE SUA VIDA, LEMBRE-SE DO EXEMPLO DA DOUTORA ANA AMÁLIA!
Para quem se interessar em ver as reportagens que abordaram essa vitória da Doutora Ana Amália, segue alguns links:
http://www.band.com.br/jornaldaband/conteudo.asp?ID=100000502634 

http://rederecord.r7.com/video/tetraplegica-recebe-titulo-de-doutorado-na-usp-4fabc4b2fc9b3404db6f6a24/ 

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/05/mulher-que-so-mexe-os-olhos-e-o-queixo-defende-doutorado-na-usp.html

Este texto é de propriedade intelectual de:
Simoni Aquino
Consultora em Gestão Estratégica de Pessoas
 

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